A Casa do Povo é um centro cultural que revisita e reinventa as noções de cultura, comunidade e memória.
Habitada por uma dezena de grupos, movimentos e coletivos, alguns há décadas e outros mais recentes, a Casa do Povo atua no campo expandido da cultura. Sua programação transdisciplinar, processual e engajada entende a arte como ferramenta crítica dentro de um processo de transformação social. Sem grade fixa de programação e com horários flexíveis, a Casa do Povo se adapta às necessidades de cada projeto, de forma a atender tanto associações do bairro quanto propostas artísticas fora dos padrões. Seus eixos de trabalho (memória, práticas coletivas e engajadas, diálogo e envolvimento com o seu entorno) são pensados a partir do contexto contemporâneo em relação direta com suas premissas históricas, judaicas e humanistas. Nessa empreitada, o público não é alvo, mas participante ativo que, além de visitar, também propõe atividades fazendo do espaço um local de encontro, de formação e de experimentação: um monumento vivo, um lugar onde lembrar é agir.
Entre coletivos artísticos, movimentos autônomos, iniciativas comunitárias e associações do Bom Retiro, a Casa do Povo reúne projetos que fazem uso do espaço e participam de seu funcionamento. Essa comunidade autogerida, chamada Povo da Casa, desenhou uma série de acordos que garantem a sua participação na vida institucional. Forma-se, assim, um povo em constante construção – um encontro de iniciativas coletivas que driblam as diferenças culturais para criar um conjunto cuja unidade nasce de sua heterogeneidade e mobilidade.